Hoje, um dia como muitos, numa nova realidade. Primeiramente sinto-me ofuscada pelos imensos holofotes de luz que cá estão desde sempre, para eles tudo é simples, é como se nunca tivessem tido de aprender a lidar com a azafama e a solidão...
As horas passam, mas o cuco do meu relógio ainda não cantou...Aguardo ansiosamente o seu cantar, para fugir daqui para o meu lar de conforto, de tranquilidade...mas quando alcanço o meu desejo, a vontade de voltar à oculta e ofuscante realidade surge! Á priori acaricia a barriga com leves picadas, depois é como se invadi-se todo o coração com cocegas, o batimento acelera a cada cantar do cuco.
Tantas são as emoções que despertam em mim neste momento, quanta confusão está instalada na minha cabeça, só vejo interrogações, frases soltas sem explicação aparente!
Qual é o escape a esta confusão?
Tudo se compõe com a chegada das pombas brancas, que apaziguam toda a ânsia e encorajam a continuar a luta, também elas já estiveram deste lado, e compreendem. Mesmo assim, não estou ainda completa, falta o pássaro mais gritante que o cuco, que acerta o meu relógio e dá-me asas de liberdade, asas que me fazem voar e ser feliz... Está perto, mas longe e longe de mim e perto do céu... Ó pássaro voraz, tu também instalas a confusão na minha cabeça, abres e fechas janelas de arranha céus, amparas quedas,não deixas cair, mas também não agarras sempre com a mesma coragem!
E assim será impossível alcançar a perfeição!
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